Este espetáculo que teve participação ativa dos intérpretes durante o processo de criação coreográfica como um dos principais elementos de formação foi registrado pela Mestre em Ciências do Movimento Humano, Mônica Dantas através de um estudo etnográfico e entrevistas com o a própria Lia Rodrigues e com os bailarinos, e resultou na publicação do artigo "De que são feitos os dançarinos de 'Aquilo...' criação coreográfica e formação de intérpretes em dança contemporânea."(2005)
A Companhia carioca fundada em 1990, estreou em 1991 com o espetáculo "Gineceu" que abordava questões pertinentes ao universo feminio. "Aquilo de que somos feitos" é o sétimo trabalho da Lia Rodrigues cia de Dança onde as barreiras entre palco e platéia foram extintas e zelo pela essência humana foi manifestado. O último etrabalho da companhia é "Pororoca" de 2009 que traz conceitos como: Arrastão, mistura, choque, invasão para o palco.
Abaixo um trecho da entrevista da coreógrafa Lia Rodrigues:
"Interessava-me trabalhar o tempo. Você fala a mesma palavra várias vezes, ela
perde o sentido. Com o olho, acontece a mesma coisa: como o olho perde o sentido?
Eu cronometrava qual o tempo para o meu olho perder o sentido olhando aqueles
corpos. Eu estava interessada num outro tempo, o da qualidade da informação,
um tempo mais alargado, eu pensei em dar algo para quem está assistindo. Tem
sempre que acontecer algo? [Esse tempo era necessário] para que o público pudes-
se criar o que deseja nesses corpos." (Rodrigues, 2001, p. 12)
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